Uma Partilha de Experiências Sobre a Pedagogia da Cena

Durante o mês de fevereiro, as reuniões pedagógicas do Macunaíma têm sido marcadas pela partilha de experiências. E isso porque, a cada encontro de sexta-feira, um grupo de professores está dividindo com seus parceiros de trabalho, coordenação e direção da escola os projetos desenvolvidos com os alunos no 2° semestre de 2017 e apresentados na 87ª Mostra de Teatro do Macu.

Sob o título A Pedagogia da Cena: Caminhos Para Construir o Segundo Plano da Obra, os projetos elaborados foram divididos em quatro etapas de investigação: A Busca, Vivência, Encarnação e Impacto. Essas etapas foram trabalhadas pelos professores em parceria com seus alunos, a partir das especificidades de cada coletivo e de suas inquietações.

Como costumamos chamar, o Tempero, um suporte teórico para a elaboração dos projetos, foi o recém-lançado livro de Maria Knébel sobre Sistema Stanislávski: Análise-Ação (Editora 34, 2016). Em diálogo com essa obra, que se configura hoje como uma indispensável leitura para o aprofundamento dos estudos sobre o mestre russo, cada professor pôde também definir outras referências para seu projeto.

Caminhos Para Construir o Segundo Plano da Obra

Um dos eixos estruturantes desse tema girou em torno da ideia do Segundo Plano. E segundo Maria Knébel no livro já citado: “O problema do ‘Segundo Plano’ está intimamente relacionado a outro problema muito importante no Sistema Stanislávski. Falo da ‘Comunicação’. O ator não pode alcançar um autêntico e orgânico sentir-a-si-mesmo se não enxergar o que acontece ao seu redor.”

Como expressa a autora, a interligação dos conceitos é uma das características preponderantes do Sistema Stanislávski, que torna sua teoria e didática ricas e, ao mesmo tempo, complexas. Tendo isso em vista, as questões propostas pelo Macu para a elaboração dos projetos foram: Que caminhos percorrer para chegar ao Segundo Plano da obra? Como sair da ação mímese do texto literário e encontrar a ação autêntica da obra cênica?

Cada professor pôde, a seu modo e de acordo com o coletivo envolvido, trilhar sua própria trajetória de pesquisa. E, ainda que diferentes propostas possam ser observadas, todas apontam para um mesmo foco: a investigação do Sistema Stanislávski. Por isso, as reuniões pedagógicas do Macu estão agora voltadas para a troca de conhecimentos, em que diferentes métodos e formas de trabalho estão sendo partilhados, evidenciando a amplitude e riqueza do Sistema.