No início deste ano, o espetáculo Pandora – Corpos em Experiência foi aprovado no edital da 2ª Mostra de Teatro Estudantil do TUSP. E, pelo segundo ano consecutivo, um processo sob a coordenação artístico-pedagógico de André Haidamus é selecionado para participar do evento. Na 1ª Mostra de Teatro Estudantil do TUSP foi apresentada Trágico Bicho-Homem, peça de uma turma de alunos formandos do Macu, assim como Pandora.

A Mostra de Teatro Estudantil do TUSP oferece uma pequena amostragem da produção das escolas de formação em teatro – em nível superior e / ou técnico. Objetivando expandir o olhar para esta produção, circunscrita normalmente às escolas, o TUSP convida o público a conhecer os trabalhos de jovens artistas e pesquisadores, e, ao mesmo tempo, os diversos caminhos que se abrem no universo das Artes Cênicas. 

  Juntamente com o Macunaíma, foram selecionados espetáculos dos alunos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade de São Paulo (USP), do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, Célia Helena, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Esta diversidade também permite que se reconheça o perfil pedagógico e estético específico que cada uma das escolas elabora ao longo dos anos, como a pesquisa sobre o Sistema Stanislávski que norteia as investigações de alunos e professores do Macu. Neste sentido, o evento viabiliza uma potente troca de experiências formativas, complementando o processo de aprendizagem dos alunos que dele participam, bem como do público que o prestigia. 

Pandora – Corpos em Experiência

O espetáculo se configura como uma criação coletiva livremente inspirada no mito grego da Caixa de Pandora. Pandora, ao abrir uma caixa que deveria ser mantida fechada, acaba libertando os males que atormentariam a existência do homem no mundo. Mas, percebendo o erro que cometera, ela se apressa em fechá-la, conseguindo preservar o único sentimento positivo que fora depositado naquele recipiente: a esperança. Desta forma, o mito fala sobre a capacidade do ser humano de manter-se perseverante mesmo quando as situações se mostram bastante adversas e, por isso, tem muito a dizer sobre o momento que estamos vivendo atualmente. 

A partir de estudos da performance enquanto linguagem, o mito da Caixa de Pandora foi tomado pelos alunos como perspectiva de pesquisa para a busca expressiva de si mesmos. Corpos em ação ou em experiência partiram para a exploração do que, para eles, poderia ser Pandora: uma dança, uma música, uma conversa, um movimento, um sorriso, um olhar, um contato… Apoiado na concepção de performatividade, o espetáculo é um exercício cênico em constante processo de experimentação e transformação, uma experiência de fato. As apresentações, que seriam realizadas em março, estão temporariamente suspensas em função da pandemia de Covid-19, mas retornarão assim que possível. 

O Teatro Escola Macunaíma destaca, valoriza e incentiva tais iniciativas de nossos alunos, pois as entende como mais uma etapa de sua formação e como os primeiros passos de sua profissionalização. Esperamos que atitudes como esta inspirem os estudantes de teatro a manterem viva esta arte, buscando por novos públicos e pela revitalização da relação ator / espectador.

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