PARTE II “Por dentro” do processo de criação

Dando continuidade ao artigo PASSADO PRESENTE ZENTURO – PARTE I, vamos agora revelar etapas importantes do processo de criação do espetáculo. Portanto, para você que tem interesse nas aulas de teatro, mas muitas dúvidas sobre como funcionam, será uma ótima oportunidade de acompanhar “por dentro”.

Pois PASSADO PRESENTE ZENTURO é um ótimo exemplo de como o tema de investigação semestral inspira e organiza a trajetória criativa dos grupos no Macu. Sendo assim, o coletivo em questão, que concluiu o Macu no 1º semestre de 2024, partiu do tema: Travessia – Outras Ideias de Humanidade. 

Os primeiros passos: A semente da criação

“Como mobilizar a travessia de outros caminhos e abrir espaço para possibilidades plurais de relação e invenção de outros mundos?” Essa questão, retirada do tema proposto pelo Macu, inspirou os primeiros registros, treinamentos, exercícios e reflexões da turma de formandos.

E, sem que percebessem, a pergunta e seus desdobramentos práticos já continham as sementes do espetáculo. Visto que, com o propósito responderem cenicamente à questão, a turma se encaminhava para a descoberta da obra Marcha para Zenturo, de Grace Passô. 

A abertura de processo: Um momento de transição

O passo seguinte foi a então realização de uma abertura pública das vivências estudos cênicos. Realizada em abril, no Teatro Escola Macunaíma, ela contou com a participação de Luiz Fernando Marques Lubi, diretor de Marcha para Zenturo. Lubi contou sobre o processo de criação que deu origem à obra, realizada pela parceria entre o Grupo XIX de Teatro (SP) e o Grupo Espanca (MG). 

A abertura de processo marcou um momento de transição no processo de criação. A partir desse ponto, a turma iniciou a investigação na Análise Ativa dos temas, circunstâncias e acontecimentos da peça Marcha para Zenturo propriamente dita. 

Aprofundamento: O retiro

Os estudos teórico-práticos do coletivo se estenderam para além dos muros da escola, e a turma fez um retiro em uma chácara na cidade de Mairiporã-SP. Foram três dias de convivência, dedicados a treinamentos psicofísicos, registros e exercícios preparatórios. 

Entre 17, 18 e 19 de maio, o coletivo se dedicou a um estudo imersivo de Marcha para Zenturo orientado pelo diretor-pedagogo André Haidamus, em pleno contato com a natureza. Foram horas de práticas e reflexões, que ajudaram os estudantes a darem um grande salto no processo de criação.

Estudo de campo 

“Como podemos inventar outros mundos se não conhecemos onde habitamos?” Essa provocação colocada pelo projeto do tema de investigação semestral ainda levou a turma à pesquisa de campo. E o coletivo visitou territórios localizados no entorno da escola, no bairro Campos Elíseos, como o Centro Temporário de Acolhimento e a Morada São João.

E a partir da pergunta “Como você imagina o futuro?”, os estudantes entrevistaram diversas pessoas em situação de vulnerabilidade social. O registro dessa ação foi revelado na instalação artística e interativa que ficou exposta nos corredores do Macu entre maio e junho de 2024. 

Uma trajetória de sucesso

Uma última saída da escola foi para a gravação de um estudo de cena no Parque Minhocão. O que se configurou como um desdobramento das pesquisas cênicas sobre o PASSADO realizadas em aula. Nas circunstâncias das personagens da obra e dos próprios atores e atrizes, o acontecimento escolhido para o estudo foi o encontro antes da chegada a ZENTURO. 

Sem dúvida inspirador, o processo de criação de PASSADO PRESENTE ZENTURO demonstra o porquê de uma trajetória de tanto sucesso! O Macu parabeniza o coletivo e o orientador da turma, André Haidamus! E segue torcendo pela vida longa do espetáculo! 

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